segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Novidades & azares

Hoje logo pela manhã, reunião geral no Museu do Ar, para ouvir o nosso ainda Director dizer que nos vai deixar no próximo dia 12 e quem irá ser o seu substituto que conheço muito bem das lides do Museu e que vamos ver como  irá ser .
A seguir ....ala que se faz tarde para o CTA, para descarregar material no armazém do Museu e depois ir para o CFMTFA levar os equipamentos e ferramenta para começar a desmanchar um dos dois F-84 para exposição no Museu.
Tudo corria de feição e após a recta de Pegões...Porto Alto...ponte de V.F. Xira e zás....acabou-se o pitrólio no camião.... Ali fiquei eu desde as 14H00 até quase ás 16H30, primeiro à espera de 20 lts de pitrólio e depois à espera de mecânicos de automóveis porque o bendito Mercedes ao contrário de camiões da mesma altura necessitava de ser sangrado .....
Porra de sorte.....

domingo, 8 de janeiro de 2012

Mais uma

Ora cá vai mais uma, com o mesmíssimo capitão do oxigénio...LOL


Esta também foi gira....
Na altura, existia uma fossa ao lado da Linha da Frente, onde o pessoal podia pôr os carros e fazer manutenção aos mesmos (mudanças de óleo, etc).
Num dia de Verão, estávamos nós (mecânicos) na esplanada da Linha (que também era junto à referida fossa) e chega o senhor capitão com o seu Toyota Corolla com 2 meses de matrícula.
Vira-se para o pessoal e pergunta se pode fazer a mudança de óleo do carro, ao que nós respondemos que sim chamando a atenção de que devia era depois deixar a fossa como a tinha encontrado, isto é ....Limpa !

O senhor aquiesceu e pôs o carro na fossa, tirou o bujão do óleo do motor para o óleo escorrer e retirou o filtro de óleo . Depois.....bem, depois é que começou a anedota !
Com uma calma bestial, o nosso "piloto-mecânico" pediu a um cabíssimo para lhe arranjar duas latas de óleo do motor do A-7P Corsair II (Turbinicoil) e após colocar o bujão de óleo no motor, prega com o conteúdo das mesmas dentro do motor (????) . A seguir agarrou num bocado de JP4 (combustível do A-7), lava o filtro de óleo velho e mete-o novamente no motor do carro.
Ligou o motor, esperou que este aquecesse um pouco, tirou o óleo do motor novamente (que diga-se de passagem é altamente corrosivo para um motor convencional ) e colocou o óleo no motor (desta feita o indicado ) do carro.
 
Fechou o capot e quando ia para se ir embora, perguntaram-lhe se não substituía o filtro ao que o "mecânico" respondeu :
- Não ! Era assim que eu via os "Américas" fazer em Dallas !
- Ahhhhh ! Respondemos nós (e pensando.....este carro não deve durar muito !!)



Conclusão

Ao fim de 5 meses e picos o motor do Toyota Corolla deu o peido mestre com pompa e circunstância quando o nosso "piloto-mecânico" ia para casa !!

Esta é uma pérola

Nos meus tempos idos de Monte Real na linha da frente da Esq.304 aprendi que o oxigénio tem cheiro !!
Sim....é como digo e passo a explicar !


Um dia após a rotina das inspecções diárias e antes de voo e após os pilotos chegarem fez-se o briefing e distribuiu-se as aeronaves pelos referidos pilotos.
Tal como todos os dias, a minha função seria supervisionar as saídas dadas pela excelente equipa de cabos que tinha e como tal andava junto aos aviões estacionados na placa, de modo a que se fosse necessário responder a alguma questão técnica colocada pelos pilotos, lá estivesse um graduado.
Acontece que estando eu descansadinho da vida, sou chamado por um dos meus cabos, pois havia um piloto que pedia a minha presença junto a um A-7P Corsair II.
Lá fui eu com o cabo e chegando ao pé do piloto (que não vou dizer o nome, por respeito ao mesmo) sou confrontado com esta peripécia :
- Ó Moreira, chegue lá aqui ao poço do trem  ! - disse o senhor piloto.
E lá fui eu. Depois de estar no  poço do trem (onde se encontravam os acumuladores de emergência, que eram cheios todos os dias com AZOTO) o dito piloto sai-se com esta :
- Ó Moreira, não sente o cheiro a oxigénio ?
E eu
??????????????????? Não !
E vai ele  outra vez , e torna a perguntar e desta vez já sem familiaridades
- Ó segundo (na altura era 2º Sargento) , mas não lhe cheira a oxigénio ??
E eu, mais uma vez respondi :
- Não , senhor capitão ! Mas se acha que cheira   tem bom remédio, escreva a avaria no livro do avião depois do voo !
Com esta resposta minha ,ele torna a perguntar :
- E não há problema de ir voar assim ?
Ao que eu respondi
- Não tem problema nenhum e se acha que deve reportar essa "avaria" no fim do voo, escreva no livro.


Escusado será dizer que, após o voo o piloto escreveu no livro  :
Cheiro intenso a oxigénio no poço do trem do lado esquerdo!

Após a saída dele da sala de de-briefing da  linha da frente toda a gente gozou com ele e para rematar, agarrei no livro e fui directo ao Comandante de Esquadra e mostrei-lhe o que o piloto tinha escrito. Ao ver aquilo, o Comandante de Esquadra gritou do seu gabinete:
- Ó............ ! Você é uma besta !! Desde quando é que o oxigénio tem cheiro ? Para castigo vai ser multado em 2 grades de cerveja. Uma para a Esquadra e outra para a Linha !


Resultado .......


A partir daí bem o avião podia cheirar fosse ao que fosse que o referido senhor nunca mais perguntou nada....LOLOLOL

Muita coisa se passou

Durante esta ausência de quase 2 anos, muita coisa se passou ! Deixei a Base Aérea Nº1 e atravessei a estrada para o Museu do Ar (onde agora me encontro colocado).
Recebi uma medalha de Mérito Militar (que não me diz nada , pois no dia em que ia ser condecorado recebi a notícia do falecimento da minha mãe)  e fiz uns quantos amigos e outros tantos "inimigos" com o grupo que criei no Facebook sobre histórias da FAP no Ultramar .
Foi (e posso agora dizê-lo) uma aposta perdida, pois queria com ele criar uma "base de dados" de experiências contadas na 1ª pessoa sobre o que os nossos camaradas "araújos" tinham passado nos vários TO's do Ultramar e quiçá , mais tarde reunir tudo em livro e publicar essas histórias para memória futura. Como vim a descobrir, é difícil (ou mesmo uma utopia) realizar essa tarefa, pois se alguns camaradas contribuíram (e muito) para essa "base de dados", outros houve que tinham como seu único propósito torpedear a ideia (quer através de guerras sem sentido, quer através da publicação de material que nada tinha a ver com o propósito do grupo), não entendendo que também eles assim serão esquecidos pelo tempo e que tudo o que passaram , qualquer dia não passará de lenda...é triste...mas há pessoal assim !
Espero agora, poder ir escrevendo mais assíduamente e receber a visita de AMIGOS neste espaço e quem sabe , receber algumas histórias reais que deveriam enriquecer  o património da FAP !

Fiquem bem e até breve !

“La nostalgie c’est ce désire d’on ne sait quoi“

Como disse o meu amigo João M. Vidal uma vez,  esta  frase de Saint-Exupéry acima explica em muito o que aqui  nos trás: a nostalgia de talvez nem nós saibamos de quê: 
Da FAP, do voo, das aeronaves, da camaradagem ou tão simplesmente da tenra idade que tínhamos na altura. Mas não importa: Estamos aqui e estamos juntos!

Por isso e de modo a poder deixar algumas memórias aos vindouros (se é que quererão perder tempo com memórias de um “cota”) venho após muito tempo de ausência,  em que me aventurei pelo Facebook e tentei criar alguns grupos e entre os quais um em que nele  pudessem ser descritas algumas histórias passadas no Ultramar (sem muito sucesso , pois após algum tempo constatei que é difícil agradar a “gregos e troianos”  e ainda existem muitos “velhos” relutantes em contar as suas experiências o que nos tornará mais pobres históricamente, mas enfim....) .
Voltando ao cerne da questão e  pedindo desculpa pelo desabafo, hoje vou relatar uma das situações mais caricatas que tive até hoje, passada  em Sintra ao serviço do Museu do Ar com a aeronave DH 82A Tiger Moth Nº102.
Na altura a minha secção era composta por 2 CADJ's com o mesmo apelido Cardoso (e a quem alcunhámos um de Soneca - por qualquer sítio e qualquer tempo morto darem para bater choco - , e o outro  de Esparguete Queimado - por ser um rapaz mestiço e alto como o raio) e era nossa a função de servir de travões ao avião , já que o mesmo não os tinha.
 Ora num dia, em que a aeronave foi voar, ficou combinado de que a mesma viria a rolar até junto ao hangar do Museu onde eu estaria com eles  e aí os referidos CADJ's lhe fariam uma "pega de caras".
Acontece que, devido á velocidade um pouco excessiva com que o avião vinha o Esparguete Queimado não conseguiu agarrar a asa, provocando uma verdadeira cena de filme cómico, com o Soneca a agarrar a sua asa , a Tiger a fazer um pião , o Esparguete a correr atrás dele e eu a saltar como se tivesse a fugir dum touro enraivecido.
Rematando, para parar finalmente o avião (que deu 2 ou 3 voltas sem o conseguirmos parar) adoptámos a formação dos Forcados Amadores de V.F. de Xira (com rabujador - eu-  e tudo) e lá o conseguimos parar.
Para finalizar esta verdadeira epopeia, o Soneca sai-se com esta tirada :

- Isto é que é Sr. Capitão ! Uma hora em voo á vista e 5 minutos em voo
circular !!

A sorte é que o piloto em questão era um Capitão oriundo de PIL  que tinha um grande sentido de humor !!

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Desculpem lá qualquer coisinha

Vim hoje aqui na esperança de existir um camarada a dar notícias, mas pelos vistos tal não aconteceu. Desculpem lá não ter vindo mais cedo mas, somei mais um ano à minha vida e ultimamente a coisa tem estado um bocadito stressante. De qualquer modo, irei aparecendo e dizendo mais umas baboseiras desta vida profícua de MMA . Um abraço a todos e até já.... Ah ! E como dizia o saudoso Raúl Solnado....''Façam o favor de ser felizes''

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Benefício físico

Para que não restem dúvidas quanto ao benefício (vulgo exercício) físíco, aqui vai uma foto do ARAÚJO com quase 2 meses de recruta no pêlo (67 Kg e quando entrei 85 Kg) acompanhado pelo PCAB Silva (Exacto ! O mesmo que deu cabo das costitas com os pulitos de galo - bem feito para não se armar em esperto!!!!)