domingo, 8 de janeiro de 2012

“La nostalgie c’est ce désire d’on ne sait quoi“

Como disse o meu amigo João M. Vidal uma vez,  esta  frase de Saint-Exupéry acima explica em muito o que aqui  nos trás: a nostalgia de talvez nem nós saibamos de quê: 
Da FAP, do voo, das aeronaves, da camaradagem ou tão simplesmente da tenra idade que tínhamos na altura. Mas não importa: Estamos aqui e estamos juntos!

Por isso e de modo a poder deixar algumas memórias aos vindouros (se é que quererão perder tempo com memórias de um “cota”) venho após muito tempo de ausência,  em que me aventurei pelo Facebook e tentei criar alguns grupos e entre os quais um em que nele  pudessem ser descritas algumas histórias passadas no Ultramar (sem muito sucesso , pois após algum tempo constatei que é difícil agradar a “gregos e troianos”  e ainda existem muitos “velhos” relutantes em contar as suas experiências o que nos tornará mais pobres históricamente, mas enfim....) .
Voltando ao cerne da questão e  pedindo desculpa pelo desabafo, hoje vou relatar uma das situações mais caricatas que tive até hoje, passada  em Sintra ao serviço do Museu do Ar com a aeronave DH 82A Tiger Moth Nº102.
Na altura a minha secção era composta por 2 CADJ's com o mesmo apelido Cardoso (e a quem alcunhámos um de Soneca - por qualquer sítio e qualquer tempo morto darem para bater choco - , e o outro  de Esparguete Queimado - por ser um rapaz mestiço e alto como o raio) e era nossa a função de servir de travões ao avião , já que o mesmo não os tinha.
 Ora num dia, em que a aeronave foi voar, ficou combinado de que a mesma viria a rolar até junto ao hangar do Museu onde eu estaria com eles  e aí os referidos CADJ's lhe fariam uma "pega de caras".
Acontece que, devido á velocidade um pouco excessiva com que o avião vinha o Esparguete Queimado não conseguiu agarrar a asa, provocando uma verdadeira cena de filme cómico, com o Soneca a agarrar a sua asa , a Tiger a fazer um pião , o Esparguete a correr atrás dele e eu a saltar como se tivesse a fugir dum touro enraivecido.
Rematando, para parar finalmente o avião (que deu 2 ou 3 voltas sem o conseguirmos parar) adoptámos a formação dos Forcados Amadores de V.F. de Xira (com rabujador - eu-  e tudo) e lá o conseguimos parar.
Para finalizar esta verdadeira epopeia, o Soneca sai-se com esta tirada :

- Isto é que é Sr. Capitão ! Uma hora em voo á vista e 5 minutos em voo
circular !!

A sorte é que o piloto em questão era um Capitão oriundo de PIL  que tinha um grande sentido de humor !!

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